sem canela ainda gosto mais dela.
Com aqueles olhos que parecem umas passas,
noites com ela hoje são tão escassas.
Saudades de quando era mais desprendida,
dançava sem medo das horas, era uma bandida.
Eufórica mas delicada,
nunca gostou muito de estar errada.
Continua igual, bonita, ainda que mais contida,
agora as suas noites não são garantidas.
De repente a vida para si ficou mais introvertida,
logo a dela que era tão divertida.
A idade não tem remédio
mas uma vez, de quando em quando,
lá sai ela do seu prédio.
Arranjada e arrojada, sem medo de ser desejada,
para dançar até de manhã e a casa regressar erguida.
Não queremos que a tomem como arguida.
Vai pouco sim mas vai destemida.
Sempre.